FRASES CÉLEBRES

Frases Célebres

"Ama-me quando eu menos o merecer, porque será nessa altura que mais necessitarei"
-- Dr.JeckyII


"Sê paciente, espera que a palavra amadureça e se desprenda como um fruto ao passar o vento que o mereça"
-- Eugénio De Andrade


"O amor e a verdade estão unidos entre si, como as faces de uma moeda. É impossível separá-los. São as forças mais abstractas e mais poderosas desse mundo."
-- Mahatma Gandhi


"Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la."
-- Carlos Drummond de Andrade


"Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor. Como as outras, ridículas..."
-- Fernando Pessoa


"O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu."
-- Fide da Roche


"O amor e o desejo são as asas do espírito das grandes façanhas."
-- Johann Wolfgang von Goethe


"O amor é a força mais subtil do mundo."
-- Mahatma Gandhi


"Amar é encontrar na felicidade de outrem a própria felicidade."
-- Gottfried Leibnitz


"Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor."
-- Vladimir Maiakovski


"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante."
-- Antoine de St. Exupery (in "O princepezinho")


"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia
ser achado numa só rosa."
-- Antoine de St. Exupery


"Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar.
Só o que está perdido é nosso para sempre.
Nós só amamos os amigos mortos
E só as amadas mortas amam eternamente..."
-- Mário Quintana


"Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe."
-- Emily Dickinson


"Amor são duas solidões protegendo-se uma à outra."
-- Rainer Maria Rilke


"O amor é a asa veloz que Deus deu à alma para que ela voe até o céu."
-- Michelangelo Buonarroti


"Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida já estão meio mortos."
-- Bertrand Russell


"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor."
-- Wolfgang Amadeus Mozart


"Não há nada que esteja só; nada pode estar em completa solidão: o que existe necessita de outro para ser."
-- Leopoldo Schfer


"A pior solidão que existe é darmo-nos conta de que as pessoas são idiotas."
-- Gonzalo Torrente Ballester


"Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir."
-- Khali Gibran


"Só se vê com o coração. O Essencial é invisível aos olhos"
-- Exupéry


"Nada existe de grandioso sem Paixão"
-- Hegel


"O beijo é a menor distância entre dois apaixonados"
-- Amy Banglin


"O falar incessantemente por hipérboles só se adapta bem ao amor."
-- F. Bacon


"É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado"
-- Guimarães Rosa


"Na terra nasce o amor, no céu floresce."
-- Maciel Monteiro


"Ninguém pode fugir ao amor e à morte"
-- Públio Siro


"O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter a coragem de ir colhê-la à beira de um precipício aterrador."
-- Storm (João Teodoro Woldsen)


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
-- Saint-Exupèry


"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te"
-- Shakespeare


"Amar é admirar com o coração. Admirar é amar com o cérebro."
-- Theophile Gautier


"O amor grava sua tatuagem na carteira de todo amante"
-- Mildred Meiers


"A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado."
-- Anatole France


"Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor."
-- Honore de Balzac


"O amor é um conflito entre nossos reflexos e nossas reflexões."
-- Magnus Hirschfeld


"Pode-se amar até a loucura uma mulher feia, por encantos que superam os encantos da beleza."
-- Jan Paulhan


"Na vida do homem, o amor é uma coisa a parte, na da mulher, é toda a vida."
-- Lord Byron


"Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu."
-- Roger Martin du Gard, Os Thibault


"O amor não é mais que uma amizade inflamada"
- Pintor de Évora


"Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo, já não está amando."
-- Roberto Freire


"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem."
-- Lilian Tonet


"Só há amor quando não existe nenhuma autoridade."
-- Raul Seixas


"Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade."
-- Raul Seixas


"Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem."
-- Francisco Cândido Xavier


"Não somos amados por sermos bons. Somos bons porque somos amados."
-- Desmond Tutu


"Num bom relacionamento, a proporção de poder entre o homem e a mulher deve ser um a um."
-- Elizabeth Hurley


"O erotismo é o grande triângulo entre o homem, a mulher e Deus."
-- Olga Savary


"As almas encontram-se nos lábios dos enamorados."
-- Percy Bysshe Shelley


"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro."
-- Carl Gustav Jung


"A fotografia nunca se revela por inteiro quando você se desmancha por alguém. Essas relações lembram uma foto polaroid: a imagem vai aparecendo aos poucos. Algumas coisas se distanciam do sentimento original, mas isso é a vida."
-- Mia Farrow


"É mais fácil ser amante do que marido, pois é mais fácil dizer coisas bonitas de vez em quando do que ser espirituoso dias e anos a fio."
-- Honoré de Balzac


"Sabe o que é melhor que ser bandalho ou galinha? Amar. O amor é a verdadeira sacanagem."
-- Tom Jobim


"Amar é... ser a primeira a reconhecer o corpo dele no Instituto Médico Legal."
-- Ivan Lessa


"Não se ama duas vezes a mesma mulher."
-- Macahado de Assis


"Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra."
-- Leila Diniz


"Lembre-se!!! Quando pensar em ferir alguém, lembre-se que você pode está dentro do coração desse alguém."
-- Ana Paula Nascimento Ramos


"Amor é um não-sei-quê, que surge não sei de onde, e acaba não sei como."
-- Scudery


"Assim como as chaves abrem cofres, as cartas abrem corações."
-- James Howell


"Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós."
-- Amado Nervo


"Nunca lamente uma ilusão perdida, pois não haveria fruto se a flor não caísse ".
-- Thaysa M. Dutra


"Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre."
-- Paulo Coelho


"O amor não se constitui de cegueira, se constitui em ver os defeitos do amado e aceita-los apenas porque se ama."
- Lucas Augusto


"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar."
-- Carlos Drummond de Andrade


"Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia."
-- William Shakespeare


"Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor"
-- William Shakespeare


"Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor"
-- Madre Teresa


"O amor é o nosso estado natural quando não optamos pela dor, pelo medo ou pela culpa"
-- Willis Harman e Howard Rheingold


"Como se tornar uma esposa melhor? Tentando não fazer do marido um esposo melhor."
-- Gurumayi Chidvilasananda


"Saia da roda do tempo e venha para a roda do amor."
-- Jalaludin Rumi


"Nenhum homem viveu que tivesse suficiente / Gratidão de crianças e amor de mulher."
-- William Butler Yeats


"No homem, o desejo gera o amor. Na mulher, o amor gera o desejo."
-- Jonathan Swift


"O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo."
-- La Rochefoucauld


"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."
-- Saint-Exupèry


"Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe."
-- Paul Raynal


"Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente."
-- M. Paglia


"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor".
-- Wolfgang Amadeus Mozart


"Amar alguém é ser o único a ver um milagre invisível aos outros."
-- Mauriac



"O amor nasce do desejo respeitoso de fazer eterno o passageiro"
-- Ramón Gómez de la Serna



Lutar pelo amor é bom, mas alcança-lo sem luta é melhor.
-- William Shakespeare


Amar é mudar a alma de casa.
-- Mario Quintana


Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.
-- Vinícius de Moraes


No homem, o desejo gera o amor. Na mulher, o amor gera o desejo.
-- Jonathan Swift


Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor.
-- Madre Teresa


O amor é o nosso estado natural quando não optamos pela dor, pelo medo ou pela culpa.
-- Willis Harman e Howard Rheingold


Haverá algo mais belo do que ter alguém com quem possa falar de todas as suas coisas como se falasse consigo mesmo?
-- Cícero


O amor decresce quando cessa de crescer.
-- Chateaubriand


Não há surpresa mais maravilhosa do que a surpresa de ser amado.
-- Charles Morgan


Há cordas no coração humano que o melhor seria não fazê-las vibrar.
-- Charles Dickens


O tempo pode extinguir ligeira chama, mas não os vulcões.
-- Castilho


O amor não é inteiramente um delírio, mas tem com ele muitos pontos em comum.
-- Carlyle


O amor sendo cego, os enamorados não podem ver as loucuras que
cometem.
-- Shakespeare


Quando alguém está apaixonado, começa por enganar-se a si mesmo e acaba por enganar os outros. É o que o mundo chama romance.
-- Oscar Wilde


O amor é um sórdido embuste pelo qual a natureza nos leva a
continuar a espécie.
-- W. Somerser Maugham


Quem ama muito fala pouco.
-- B. Castiglione


O amor é o único jogo no qual dois podem jogar e ambos ganharem.
-- Erma Freesman


Na raiz de quase todas as misérias materiais e, sobretudo, morais, está uma falta de amor, uma fome de afeição que não foi satisfeita.
-- Georges Arnold


Uma vida sem amor é como árvores sem flores e sem frutos.
E um amor sem beleza é como floressem perfume.
Vida, amor, beleza: eis a minha trindade.
-- Gibran, Temporais


O fundo de uma agulha é bastante espaçoso para dois enamorados;
mas o mundo todo é pequeno para dois inimigos.
--Solomon Ibn Gabirol


Gostamos de alguém porque; amamos alguém apesar de.
--Henri de Montherland

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CIÊNCIA:


Ciência moderna



 A ciência moderna superou a ficção Pouco depois de ter completado 76 anos, Albert Einstein morreu em 18 de abril de 1955 em Princeton, nos Estados Unidos. Deixou o mundo possivelmente duvidando da existência de um dos objetos celestes mais fascinantes e misteriosos hoje conhecidos pela astrofísica: os buracos negros. Ironicamente, a presença de corpos extremamente densos e compactos, dotados de um campo gravitacional descomunal capaz de atrair toda a matéria ao seu redor, inclusive a luz, estava codificada na teoria da relatividade geral, formulada por Einstein em 1915. “Tanto quanto eu saiba, Einstein morreu não acreditando que buracos negros existiriam na natureza”, disse George Matsas, professor do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), na palestra do dia 23 de novembro intitulada “Buracos negros: rompendo os limites da ficção”, mesmo nome do livro que escreveu ao lado de Daniel Vanzella, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos. Ao que tudo indica, o gênio, nesse caso, estava errado. Embora não haja ainda provas diretas da existência de buracos negros, surgiram, a partir dos anos 1960, evidências observacionais consistentes de que esses grandes sugadouros de matéria não são apenas frutos de cálculos matemáticos ou da imaginação de físicos. “Hoje é impossível falar em astrofísica sem considerar a existência dos buracos negros. A ciência moderna superou a ficção e isso é maravilhoso.” Matsas deu uma pequena aula sobre buracos negros. Explicou o que eles são, como se formam e qual a influência que exercem sobre corpos vizinhos no Cosmos. Como o nome indica, buracos negros não emitem luz e não podem ser vistos de forma direta. Sua presença é inferida pelas perturbações que sua enorme força gravitacional provoca na vizinhança. O físico tranqüilizou a platéia. Disse que não há risco de se produzir um buraco negro no Sistema Solar – a massa do Sol não permite que, ao morrer, ele vire um buraco negro – ou na Terra devido a algum acidente. “Experimentos realizados em aceleradores de partículas como o Large Hadron Collider (LHC), do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), em Genebra, não têm condições de criar buracos negros capazes de destruir a Terra. Aliás é muito improvável que venham a ser criados buracos negros no LHC.” Tipicamente os buracos negros se formam a partir da morte de estrelas com massas enormes. O que faz uma estrela se manter estável é o equilíbrio entre duas forças opostas: uma que exerce pressão de dentro para fora do astro (o processo de fusão nuclear a partir da qual há geração da luz que vemos) e outra de sentido contrário (a gravidade). Quando acaba o combustível que sustenta a fusão nuclear, basicamente o hidrogênio e outros elementos leves, a força gravitacional passa a prevalecer. “A estrela então começa a colapsar”, afirmou. Em estrelas grandes com massas de umas dez vezes a do Sol ou mais, o resultado desse desequilíbrio provoca uma enorme explosão denominada supernova. O evento cataclísmico expele grande parte da massa da estrela. Se a estrela tiver umas 30 vezes a massa do Sol, após a explosão, a fração restante de matéria se concentra numa região de densidade infinita, com um descomunal campo gravitacional, onde, de acordo com a relatividade de Einstein, a curvatura do espaço-tempo é infinita (ou seja, a noção de tempo e espaço não existe mais). Essa região é denominada singularidade. É o coração do buraco negro. A circunferência que determina os limites do buraco negro recebe o nome de horizonte de eventos. Qualquer tipo de matéria ou energia que entre no horizonte de eventos, como um barco que cai num redemoinho, é sugado pelo buraco negro. “As mesmas equações de Einstein que usamos para garantir o funcionamento do GPS são empregadas para estudar o interior dos buracos negros”, comentou Matsas. A primeira evidência científica mais confiável da presença de buracos negros no Universo data de 1964 (e até hoje é estudada). Nesse ano, os astrofísicos começaram a observar uma estrela gigante, de 30 massas solares, da constelação de Cisne, que parecia orbitar em torno do nada, ou melhor, de uma fonte de raios X invisível a olho nu. A melhor explicação para a formação desse aparente sistema binário é a presença de um buraco negro, o Cygnus-X1, com massa equivalente a dez sóis, na vizinhança da estrela. Acredita-se que o buraco negro esteja engolindo paulatinamente a massa da estrela e crie, fora de seus limites, mas em torno de si, um disco de acréscimo de matéria. Uma das assinaturas físicas desse processo é a emissão de raios X ainda antes de a matéria ser engolida pelo buraco negro. Com o auxílio de potentes equipamentos enviados ao espaço pelo homem, como o telescópio Hubble (que opera no espectro da luz visível) e sobretudo o Observatório de Raios X Chandra, lançado pela Nasa em 1999, os astrofísicos passaram a contar com meios mais eficazes de observar indiretamente os efeitos causados (provavelmente) pela presença desses sugadores de matéria em algumas regiões do Universo. Hoje os astrofísicos afirmam que há vários tipos de buraco negro, inclusive no centro de muitas galáxias, como a nossa Via Láctea. “Uma parte significativa da matéria de uma galáxia, talvez até 1%, está na forma de um buraco negro”, disse Matsas. Há muitos mistérios ainda em torno desses objetos invisíveis que sugam matéria. Em 1974, o famoso físico inglês Stephen Hawking propôs que os buracos negros emitem uma forma de radiação que pode levar à sua evaporação. Essa teoria, ainda não comprovada, é hoje conhecida como efeito Hawking. Alguns pesquisadores acreditam que o estudo dos buracos negros levará a uma melhor compreensão das relações entre o espaço e o tempo e possa ser importante para formular a teoria da gravitação quântica, que fundiria os preceitos da mêcanica quântica com a relatividade geral de Einstein. “Os buracos negros podem ser a porta de entrada para compreender a gravitação quântica”, disse Matsas. Buracos negros: rompendo os limites da ficção George Emanuel Avraam Matsas, físico e professor titular do Instituto de Física Teórica (IFT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), coautor, com Daniel Vanzella, de Buracos negros: rompendo os limites da ficção (Vieira e Lent).






O Brasil e suas Aves

Alguns dos principais ornitólogos do país explicam a situção atual da nossa rica avifauna

Pedro F. Develey; Fabio Olmos; Vagner Cavarzere
Há cerca de 240 milhões de anos, no início do período Triássico, surgiram os primeiros dinossauros, um grupo que viria a dominar o planeta pelos próximos 175 milhões de anos até sua extinção, há 65 milhões de anos, após o impacto de asteroides gigantes contra o planeta.

Pelo menos essa é a história que a maioria conhece. O que alguns não sabem é que um grupo de dinossauros carnívoros, bípedes e ágeis aparentado do famoso velociraptor deu origem a animais que estão entre nós até hoje. Toda vez que vir um pombo na rua, um frango em seu prato ou qualquer outra ave, você pode dizer que está diante de um descendente dos dinossauros. As aves são o único grupo de vertebrados naturalmente presentes em todos os continentes, tendo evoluído para ocupar praticamente todos os ecossistemas terrestres, das montanhas mais altas aos oceanos ─ onde pinguins podem procurar seu alimento a mais de 100 m de profundidade.

O levantamento mais recente www.worldbirdnames.org certifica a existência de 10.440 espécies de aves no mundo, o que exclui várias dezenas extintas desde 1600, após o início da expansão marítima europeia, e possivelmente outros milhares extintos por povos como os polinésios e ameríndios ao colonizarem ilhas no oceano Pacífico e no Caribe. É possível que apenas os polinésios tenham eliminado cerca de 2 mil espécies nos últimos dois milênios.

O Brasil abriga ─ segundo a última lista do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO) ─1.833 espécies de aves. Esse total certamente aumentará já que novas espécies de aves continuam a ser descobertas com regularidade (mesmo no entorno de capitais como São Paulo e Curitiba) e análises moleculares, morfológicas e bioacústicas demonstram que algumas “espécies” na realidade podem ser subdivididas em unidades evolutivas distintas.

As aves sempre tiveram um papel importante nas culturas humanas muito além de serem simples fonte de alimento. Um dos mais notáveis textos de ornitologia (área responsável pelo estudo de aves), como De arte venandi cum avibus (A arte da caça com aves), do imperador Frederico II, escrito na década de 1240, é um exemplo.

Deuses alados, ou com características de aves, sempre foram parte de religiões, que continuam a usar aves como símbolos. Impérios também usaram aves (especialmente as de rapina) como símbolos e até hoje muitos países têm aves representadas em suas bandeiras, brasões e moedas. A importância das aves para a arte, desde a arte plumária de alguns grupos indígenas até seu uso-inspiração para pinturas e esculturas, é bem conhecida.
© Fabio Fersa/Shutterstock
Seriema (Cariama cristata)
As aves também inspiram cientistas. Filósofos gregos, como Aristóteles, dedicaram escritos à história natural das aves e, muito tempo depois, Darwin teve alguns de seus insights graças às tartarugas e sabiás-do-campo (Mimus spp.) das ilhas Galápagos. As aves continuam a inspirar pesquisas em áreas tão variadas como neurociências, evolução, comportamento, fisiologia e ecologia, o que as torna um dos grupos animais mais bem conhecidos.

Humanos de diferentes culturas sempre apreciaram aves de uma maneira não meramente utilitária, mas sim por que poder ver e ouvir esses belos animais é algo prazeroso. Milhões de aves cativas, tanto silvestres como raças criadas especialmente pelo seu canto ou cores, além de espécies inteiras levadas à extinção (como a famosa ararinha-azul Cyanopsitta spixii), são testemunho de nossa atração pelas aves e da estranha característica humana de encarcerar e mutilar o que ama.

Mudanças culturais e a tecnologia têm permitido mudar essa relação. A observação de aves tornou-se um passatempo na Inglaterra no século XVIII, onde cavalheiros e clérigos se dedicavam não apenas a compilar as listas de aves que ocorriam em suas propriedades e paróquias, mas também a estudar sua biologia, gerando obras precursoras da ornitologia e ecologia modernas, como The Natural History of Selborne, do pioneiro naturalista e ornitólogo Gilbert White, publicado em 1789.

O passatempo da observação de aves dos cavalheiros europeus é uma das raízes da ornitologia moderna e continua com forte vertente científica, já que leva ao aprendizado de disciplinas como ecologia e sistemática.

De fato, a fronteira entre o que é hobby e o que é ciência muitas vezes é incerta e é frequente que observadores de aves participem de pesquisas científicas e não são poucas as espécies que foram descobertas (ou redescobertas) durante excursões de bird-watching ou que localidades até então inexploradas foram primeiro visitadas por birders-cientistas.

O voluntariado de observadores alimenta programas de monitoramento que têm sido usados inclusive para documentar consequências das mudanças climáticas. Exemplos são a Christmas Bird Count realizada à 111 anos nos Estados Unidos, a Big Garden Birdwatch britânica (que inclui muitas escolas com comedouros de aves em seus jardins – uma idéia para brasileiros) e o Censo Neotropical de Aves Aquáticas sul-americano, conduzido no Brasil.
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A tecnologia tem uma grande influência no bird-watching. A atividade se popularizou nos países anglo-saxões no século XX graças a avanços tecnológicos que resultaram em binóculos e transporte mais baratos. Observar aves implica comumente em registrar suas vozes tanto para identificá-las como para atraí-las ( play-back) e as tecnologias de gravação, tratamento e produção de sons, evoluindo de pesados gravadores de rolo com microfones parabólicos nos anos 1980 para gravadores digitais com microfones direcionais super sensíveis, players capazes de estocar bibliotecas sonoras inteiras e mini amplificadores de grande potência no século XXI.

No Brasil, onde o acesso a equipamentos e literatura sempre foi dificultado, tivemos que esperar pela revolução digital e a disponibilização de câmeras digitais e formas rápidas e baratas de compartilhar imagens e informações. A rápida expansão do bird-watching no Brasil é um fenômeno tecnológico que acontece na mesma medida em que mais pessoas têm mais acesso a equipamentos fotográficos digitais de boa qualidade, softwares para tratamento de suas imagens e redes sociais e websites para compartilhamento de informações, fotos e sons.

Arquivos baseados na web hoje complementam coleções científicas convencionais. Por exemplo, o Xeno-canto http://www.xeno-canto.org/
é um dos maiores arquivos de sons de aves do mundo e um repositório utilizado tanto por amadores como por cientistas que ali armazenam seus “espécimes” e podem examinar e utilizar os de outros colaboradores, em um belo exemplo de ciência colaborativa.

No Brasil um dos exemplos mais fascinantes da relação tecnologia-observação de aves é o Wikiaves www.savebrasil.org.br onde mais de 6.600 mil colaboradores, de cientistas na ativa a senhoras aposentadas armazenam fotos e sons de aves indicando informações como localidade, data, comportamento, entre outras, tornando o site uma fonte preciosíssima de informações sobre aspectos como distribuição de espécies, variação geográfica, sazonalidade e até mesmo variações nos tamanhos populacionais. Como uma coleção científica convencional, porém muito mais dinâmica.
Ruth Rogers/Creative Commons
Anacã (Deroptyus accipitrinus)
O Desafio para a Conservação das Aves

O crescente número dos observadores-fotógrafos de aves exerce um papel muito importante para a conservação das aves brasileira. Esse é um publico qualificado que pode ser, por exemplo, um dos melhores amigos das nossas áreas protegidas, além de promover a conservação de áreas particulares. No entanto, ao mesmo tempo que a observação, interesse e o conhecimento em relação as aves vem crescendo, os impactos que ameaçam nossa rica avifauna também vem aumentando. Por volta de 10% de todas as espécies de aves globalmente ameaçadas estão no Brasil e muitas correm risco de extinção eminente.

De acordo com a lista da IUCN (International Union for the Conservation of Nature) o Brasil é o país com maior número de espécies de aves ameaçadas de extinção, com um total de 123 espécies que sofrem risco real de desaparecer da natureza num futuro não tão distante. Em relação à lista nacional de aves ameaçadas, um total de 160 táxons são considerados, no entanto a lista brasileira também considera as subespécies ameaçadas, o que em parte explica as diferenças em relação a lista global.

O número de aves ameaçadas é bastante variado entre os seis grandes biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa). A Mata Atlântica concentra cerca de 80% de todas as aves ameaçadas no país, resultado de muitos anos de exploração e desmatamentos. Atualmente restam apenas cerca de 11% da floresta original, sendo que essa proporção de floresta remanescente não é homogênea ao longo de toda Mata Atlântica. A situação é mais séria na região nordeste, especialmente nos estados de Alagoas e Pernambuco onde a maior parte da floresta original foi substituída por plantações de cana-de-açucar, sobrando apenas poucos fragmentos de mata preservada. É nessa região onde ainda podem ser encontrados os últimos exemplares das aves mais raras em todo o país, como o Criticamente Ameaçado Limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi). Essa pequena ave (18 cm) vive no estrato médio e dossel de florestas bem conservadas e ricas em bromélias, onde procura artrópodes dos quais se alimenta. Atualmente as duas únicas localidades onde a espécie pode ser encontrada são na Estação Ecológica de Murici (Alagoas) e na Serra do Urubu (Pernambuco). Felizmente ambas as áreas estão oficialmente protegidas por unidades de conservação (Estação Ecológica e Reservas Privadas – RPPN). O Mutum-do-nordeste (Pauix mitu) também ocorria nas matas dessa região do nordeste, essa espécie, porém, já foi extinta na natureza, restando apenas indivíduos mantidos em cativeiro que representam a esperança de um dia poderem ser reintroduzidos nos fragmentos florestais remanescentes.

Situações graves de perda de vegetação original também ocorrem no Cerrado e no Pampa, onde agricultura, pecuária e plantações de árvores exóticas estão em acelerada expansão. No caso da Amazônia a situação ainda não é muito séria e apesar das crescentes taxas de desmatamentos, cerca de 83% da floresta ainda permanece preservada.
Robert01/Creative Commons
Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
Em um país como o Brasil, com dimensões continentais e situações de conservação bem distintas entre os biomas, processos de priorização para planejamento de conservação são de extrema importância servindo como um guia para direcionar os recursos para as áreas ou espécies que necessitam de ações imediatas para assegurar a sua conservação. A BirdLife International desenvolveu uma metodologia de identificação de áreas prioritárias para a conservação conhecida como “Áreas Importantes para a Conservação das Aves” ou IBAs, sigla de Important Bird Areas, sua denominação em inglês. As IBAs são declaradas como tal se apresentarem uma ou mais das seguintes características; 1- presença de espécies globalmente ameaçadas de extinção; 2- presença de espécies de distribuição geográfica restrita (< 50.000 km2); 3- presença de espécies endêmicas de biomas; 4- presença de grandes concentrações - > 1% da população mundial ou > 20.000 indivíduos em áreas de alimentação ou reprodução. O programa global de IBAs visa assegurar a conservação em longo prazo de uma rede de áreas criticamente importantes para as aves. No Brasil, o processo de identificação das IBAs foi liderado pela Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil) www.savebrasil.org.br
e resultou no mapeamento de 237 áreas, representando 11% do território brasileiro ou cerca de 94 milhões de hectares. O trabalho de seleção dessas IBAs foi bastante participativo e envolveu um total de cerca de 60 biólogos/ornitólogos, 450 áreas analisadas e 700 espécies consideradas para aplicação dos critérios. Em relação ao status de conservação, apenas 29 % (27 milhões de hectares) dessas áreas se encontram oficialmente protegidas na forma de unidades de conservação de proteção integral. Diante desse “déficit” em áreas protegidas, um dos trabalhos da SAVE Brasil é a articulação junto aos órgãos ambientais do governo para a criação de novas unidades de conservação em áreas de IBAs. Nos últimos anos esse esforço resultou, juntamente com o envolvimento de outros parceiros, na criação da RPPN Pedra d’Anta (PE), Estação Ecológica de Murici (AL), no Parque Nacional e Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova (BA), Parque Nacional da Serra das Lontras (BA) e Parque Estadual da Costa do Sol (RJ). Essas áreas somadas representam 57.000 hectares de florestas protegidas, garantindo a conservação de cerca de 500 espécies de aves, sendo 25 ameaçadas de extinção.

Um dos maiores desafios enfrentados atualmente no Brasil para a conservação das aves e toda a biodiversidade do país é a conciliação de um desenvolvimento e crescimento sócio-econômico aliado a conservação ambiental. Ainda não se conhece o melhor caminho a ser seguido e nem as soluções para muitos dos conflitos, no entanto já existe uma clara preocupação da sociedade em geral com as questões ambientais. Em alguns casos essa preocupação se reflete em ações concretas como a criação de novas unidades de conservação públicas e privadas (RPPNs), mecanismos econômicos de valorização da floresta em pé e biodiversidade, licenças ambientais bastante restritas para implantação de novos empreendimentos, organizações não-governamentais (ONGs) comprometidas, atuantes e bem articuladas com o governo e uma massiva atenção da mídia ao assunto.

Se nos próximos anos vamos conseguir reverter o triste quadro em que o Brasil se encontra como recordista mundial em número de aves ameaçadas, ainda não sabemos, porém o maior interesse da sociedade pela nossa rica avifauna, juntamente com ações concretas como a criação de novas áreas protegidas representa avanços concretos nesse sentido.
© Luis César Tejo/Shutterstock
Mimus sp.
Para conhecer mais:

Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil, Parte I – Estados do Domínio da Mata Atlântica (2006). SAVE Brasil. Disponível em www.savebrasil.org.br

Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil Parte II – Amazônia, Cerrado e Pantanal (2009). SAVE Brasil. Disponível em www.savebrasil.org.br

Editora Aves & Fotos: http://www.avesefotoseditora.com.br/#/Editora/

Avistar Brasil: www.avistarbrasil.com.br

Christmas Bird Count: http://birds.audubon.org/christmas-bird-count

Big Garden Birdwatchhttp: www.rspb.org.uk/birdwatch/results.aspx

Censo Neotropical de Aves Aquáticas: http://lac.wetlands.org/WHATWEDO/Censoneotropicaldeavesaqu%C3%A1ticas/Comoparticipar/Brazil/tabid/1239/Default.aspx

Os Autores:

Pedro F. Develey - Biólogo, Mestre e Doutor pela Universidade de São Paulo (USP), atua com ecologia e conservação de aves. Foi um dos organizadores dos dois volumes do livro Areas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil, publicados nos anos de 2006 e 2009. Atualmente é Diretor de Conservação da BirdLife/SAVE Brasil.

Fabio Olmos – Biólogo, é doutor em Zoologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e mestre em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Trabalhou como gestor de unidades de conservação no Instituto Florestal de São Paulo e, como consultor, em projetos do Banco Mundial e FAO. Mais recentemente, trabalhou junto ao programa brasileiro da BirdLife International.

Vagner Cavarzere - Biólogo pela Universidade Estadual Paulista (campus de Bauru) em 2006. Obteve título de mestre em Zoologia pela Universidade de São Paulo em 2010 e atualmente é aluno de doutorado na mesma instituição. Desenvolveu pesquisas sobre comunidade de aves, modelos de distribuição de espécies e sistemática de aves neotropicais.
www.lojaduetto.com.br
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