FRASES CÉLEBRES

Frases Célebres

"Ama-me quando eu menos o merecer, porque será nessa altura que mais necessitarei"
-- Dr.JeckyII


"Sê paciente, espera que a palavra amadureça e se desprenda como um fruto ao passar o vento que o mereça"
-- Eugénio De Andrade


"O amor e a verdade estão unidos entre si, como as faces de uma moeda. É impossível separá-los. São as forças mais abstractas e mais poderosas desse mundo."
-- Mahatma Gandhi


"Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la."
-- Carlos Drummond de Andrade


"Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor. Como as outras, ridículas..."
-- Fernando Pessoa


"O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu."
-- Fide da Roche


"O amor e o desejo são as asas do espírito das grandes façanhas."
-- Johann Wolfgang von Goethe


"O amor é a força mais subtil do mundo."
-- Mahatma Gandhi


"Amar é encontrar na felicidade de outrem a própria felicidade."
-- Gottfried Leibnitz


"Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor."
-- Vladimir Maiakovski


"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante."
-- Antoine de St. Exupery (in "O princepezinho")


"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia
ser achado numa só rosa."
-- Antoine de St. Exupery


"Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar.
Só o que está perdido é nosso para sempre.
Nós só amamos os amigos mortos
E só as amadas mortas amam eternamente..."
-- Mário Quintana


"Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe."
-- Emily Dickinson


"Amor são duas solidões protegendo-se uma à outra."
-- Rainer Maria Rilke


"O amor é a asa veloz que Deus deu à alma para que ela voe até o céu."
-- Michelangelo Buonarroti


"Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida já estão meio mortos."
-- Bertrand Russell


"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor."
-- Wolfgang Amadeus Mozart


"Não há nada que esteja só; nada pode estar em completa solidão: o que existe necessita de outro para ser."
-- Leopoldo Schfer


"A pior solidão que existe é darmo-nos conta de que as pessoas são idiotas."
-- Gonzalo Torrente Ballester


"Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir."
-- Khali Gibran


"Só se vê com o coração. O Essencial é invisível aos olhos"
-- Exupéry


"Nada existe de grandioso sem Paixão"
-- Hegel


"O beijo é a menor distância entre dois apaixonados"
-- Amy Banglin


"O falar incessantemente por hipérboles só se adapta bem ao amor."
-- F. Bacon


"É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado"
-- Guimarães Rosa


"Na terra nasce o amor, no céu floresce."
-- Maciel Monteiro


"Ninguém pode fugir ao amor e à morte"
-- Públio Siro


"O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter a coragem de ir colhê-la à beira de um precipício aterrador."
-- Storm (João Teodoro Woldsen)


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
-- Saint-Exupèry


"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te"
-- Shakespeare


"Amar é admirar com o coração. Admirar é amar com o cérebro."
-- Theophile Gautier


"O amor grava sua tatuagem na carteira de todo amante"
-- Mildred Meiers


"A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado."
-- Anatole France


"Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor."
-- Honore de Balzac


"O amor é um conflito entre nossos reflexos e nossas reflexões."
-- Magnus Hirschfeld


"Pode-se amar até a loucura uma mulher feia, por encantos que superam os encantos da beleza."
-- Jan Paulhan


"Na vida do homem, o amor é uma coisa a parte, na da mulher, é toda a vida."
-- Lord Byron


"Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu."
-- Roger Martin du Gard, Os Thibault


"O amor não é mais que uma amizade inflamada"
- Pintor de Évora


"Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo, já não está amando."
-- Roberto Freire


"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem."
-- Lilian Tonet


"Só há amor quando não existe nenhuma autoridade."
-- Raul Seixas


"Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade."
-- Raul Seixas


"Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem."
-- Francisco Cândido Xavier


"Não somos amados por sermos bons. Somos bons porque somos amados."
-- Desmond Tutu


"Num bom relacionamento, a proporção de poder entre o homem e a mulher deve ser um a um."
-- Elizabeth Hurley


"O erotismo é o grande triângulo entre o homem, a mulher e Deus."
-- Olga Savary


"As almas encontram-se nos lábios dos enamorados."
-- Percy Bysshe Shelley


"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro."
-- Carl Gustav Jung


"A fotografia nunca se revela por inteiro quando você se desmancha por alguém. Essas relações lembram uma foto polaroid: a imagem vai aparecendo aos poucos. Algumas coisas se distanciam do sentimento original, mas isso é a vida."
-- Mia Farrow


"É mais fácil ser amante do que marido, pois é mais fácil dizer coisas bonitas de vez em quando do que ser espirituoso dias e anos a fio."
-- Honoré de Balzac


"Sabe o que é melhor que ser bandalho ou galinha? Amar. O amor é a verdadeira sacanagem."
-- Tom Jobim


"Amar é... ser a primeira a reconhecer o corpo dele no Instituto Médico Legal."
-- Ivan Lessa


"Não se ama duas vezes a mesma mulher."
-- Macahado de Assis


"Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra."
-- Leila Diniz


"Lembre-se!!! Quando pensar em ferir alguém, lembre-se que você pode está dentro do coração desse alguém."
-- Ana Paula Nascimento Ramos


"Amor é um não-sei-quê, que surge não sei de onde, e acaba não sei como."
-- Scudery


"Assim como as chaves abrem cofres, as cartas abrem corações."
-- James Howell


"Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós."
-- Amado Nervo


"Nunca lamente uma ilusão perdida, pois não haveria fruto se a flor não caísse ".
-- Thaysa M. Dutra


"Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre."
-- Paulo Coelho


"O amor não se constitui de cegueira, se constitui em ver os defeitos do amado e aceita-los apenas porque se ama."
- Lucas Augusto


"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar."
-- Carlos Drummond de Andrade


"Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia."
-- William Shakespeare


"Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor"
-- William Shakespeare


"Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor"
-- Madre Teresa


"O amor é o nosso estado natural quando não optamos pela dor, pelo medo ou pela culpa"
-- Willis Harman e Howard Rheingold


"Como se tornar uma esposa melhor? Tentando não fazer do marido um esposo melhor."
-- Gurumayi Chidvilasananda


"Saia da roda do tempo e venha para a roda do amor."
-- Jalaludin Rumi


"Nenhum homem viveu que tivesse suficiente / Gratidão de crianças e amor de mulher."
-- William Butler Yeats


"No homem, o desejo gera o amor. Na mulher, o amor gera o desejo."
-- Jonathan Swift


"O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo."
-- La Rochefoucauld


"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."
-- Saint-Exupèry


"Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe."
-- Paul Raynal


"Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente."
-- M. Paglia


"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor".
-- Wolfgang Amadeus Mozart


"Amar alguém é ser o único a ver um milagre invisível aos outros."
-- Mauriac



"O amor nasce do desejo respeitoso de fazer eterno o passageiro"
-- Ramón Gómez de la Serna



Lutar pelo amor é bom, mas alcança-lo sem luta é melhor.
-- William Shakespeare


Amar é mudar a alma de casa.
-- Mario Quintana


Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.
-- Vinícius de Moraes


No homem, o desejo gera o amor. Na mulher, o amor gera o desejo.
-- Jonathan Swift


Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor.
-- Madre Teresa


O amor é o nosso estado natural quando não optamos pela dor, pelo medo ou pela culpa.
-- Willis Harman e Howard Rheingold


Haverá algo mais belo do que ter alguém com quem possa falar de todas as suas coisas como se falasse consigo mesmo?
-- Cícero


O amor decresce quando cessa de crescer.
-- Chateaubriand


Não há surpresa mais maravilhosa do que a surpresa de ser amado.
-- Charles Morgan


Há cordas no coração humano que o melhor seria não fazê-las vibrar.
-- Charles Dickens


O tempo pode extinguir ligeira chama, mas não os vulcões.
-- Castilho


O amor não é inteiramente um delírio, mas tem com ele muitos pontos em comum.
-- Carlyle


O amor sendo cego, os enamorados não podem ver as loucuras que
cometem.
-- Shakespeare


Quando alguém está apaixonado, começa por enganar-se a si mesmo e acaba por enganar os outros. É o que o mundo chama romance.
-- Oscar Wilde


O amor é um sórdido embuste pelo qual a natureza nos leva a
continuar a espécie.
-- W. Somerser Maugham


Quem ama muito fala pouco.
-- B. Castiglione


O amor é o único jogo no qual dois podem jogar e ambos ganharem.
-- Erma Freesman


Na raiz de quase todas as misérias materiais e, sobretudo, morais, está uma falta de amor, uma fome de afeição que não foi satisfeita.
-- Georges Arnold


Uma vida sem amor é como árvores sem flores e sem frutos.
E um amor sem beleza é como floressem perfume.
Vida, amor, beleza: eis a minha trindade.
-- Gibran, Temporais


O fundo de uma agulha é bastante espaçoso para dois enamorados;
mas o mundo todo é pequeno para dois inimigos.
--Solomon Ibn Gabirol


Gostamos de alguém porque; amamos alguém apesar de.
--Henri de Montherland

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LITERATURA E GRAMÁTICA:Análise do poema "Canção Excêntrica", de "Cecília Meireles."."

UMA ANÁLISE SEMIÓTICA DE CANÇÃO EXCÊNTRICA


Análise  do poema "Canção Excêntrica", de "Cecília Meireles."


A teoria da iconicidade, associada à estilística, permite-nos investigar os recursos impressivos e expressivos manifestos na representação sígnica de nossos pensamentos, sentimentos, idéias, etc. Tal associação parece-nos facilitar a compreensão de textos em geral.

O conhecimento das estruturas linguísticas, leva você a compreender a importância da Gramática na compreensão de textos.




O signo pode ser definido como o representante do objeto para um intérprete, produzindo na mente desse intérprete um outro signo que traduz o significado do primeiro. Esse processo relacional que se cria na mente do intérprete é denominado interpretante.  O significado de um signo é outro signo:

 ? pode ser uma imagem mental, 
 ?uma ação,
 ? um sentimento.

 Só se conseguirá interpretar o mundo que o cerca porque faz sua representação e interpreta essa representação a partir de outra representação.
As relações entre o signo e o objeto apreendido, é composta de três constituintes: ícone, índice e símbolo.

O ícone é o elemento que estabelece a similaridade entre o signo e o objeto apreendido.

 São exemplos de ícones os protótipos, a pintura, os diagramas, as fórmulas.

 É através da estrutura icônica que o texto se transpõe para a consciência do leitor. Os ícones projetam estratégias para a possível compreensão do texto.

O índice é o tipo sígnico que estabelece relações de contiguidade entre o representante, o objeto, como os pronomes demonstrativos, que se relacionam aos substantivos. Constroem relações de encadeamento; um tipo de nexo estruturador.


O símbolo brota da relação arbitrária entre o signo e o objeto, dependendo, pois, das convenções criadas, como as palavras, as regras, as leis, os significados em geral.
Vejamos o texto de Cecília Meireles:



                                                  

  Canção Excêntrica


Ando à procura de espaço 
 para o desenho da vida.
Em números me embaraço
 e perco sempre a medida.
 Se penso encontrar saída,
 em vez de abrir um compasso,
  projeto-me num abraço
  e gero uma despedida

 Se volto sobre o meu passo,
 é já distância perdida.

  Meu coração, coisa de aço,
  começa a achar um cansaço
   esta procura de espaço 
   para o desenho da vida.
  Já por exausta e descrida
   não me animo a um breve traço:
   ? saudosa do que não faço,
   ? do que faço, arrependida.


A seleção vocabular feita por Cecília Meireles para a elaboração do poema Canção Excêntrica, leva à produção de imagens na mente do leitor. As palavras que pertencem ao campo semântico do desenho geométrico sugerem o traçado, com instrumentos próprios, de uma figura. A “visualização” que fazemos com a leitura da poesia pertence à primeira categoria de captação do objeto. 

No que diz respeito à categoria que trata das relações entre signo e objeto, temos nesse estágio da leitura o ícone, ou seja, as palavras que estimulam o traçado (na mente do leitor) da figura do objeto focalizado pelo texto. As metáforas são as responsáveis pela formação dessas imagens. Podemos depreender, por exemplo, a partir da construção desenho da vida, um modelo de existência idealizado pelo eu-lírico, estado oposto à situação de desencontro em que se encontra.

Ainda que (se)* reconheça a fragilidade dos esquemas de ancoragem da significação textual e da subjetividade imanente à produção mesma dos textos, tem sido possível construir estratégias diagramático-sintagmáticas de leitura  a partir do levantamento do diálogo interno travado entre conectivos e circunstancializadores, por exemplo. (* inclusão nossa)

Os elementos que se seguem, que pertencem à isotopia do desenho, permitem-nos supor que o sujeito se empenha em buscar uma convivência afetiva satisfatória ou um equilíbrio emocional a partir de um projeto arquitetônico. São eles:
espaço
desenho da vida
medida
compasso
projeto-me
gero
se volto sobre o um passo
distância
traço
faço

Os verbos que ocorrem no poema reiteram a determinação do eu-lírico em alcançar seu objetivo: o desenho da vida.
A trajetória da busca é marcada por tentativas reveladoras de otimismo e resultados que mostram o insucesso dessas ações. Os verbos acompanhados dos sinais + (= otimismo) e – (= insucesso) ilustram o que dissemos. 
Vejamos:
 
andar           +
embaraçar   ?
perder           ?
pensar         +
projetar-se     +
gerar               +
começar     +
(não) animar-se     ?
(não) fazer           ?
fazer     +

Esse levantamento mostra que, apesar de o sujeito admitir sua derrota diante da vida, as ações realizadas por ele que traduzem insucesso são quantitativamente inferiores às ações marcadas, de alguma forma, pela positividade. Logo, isso poderia nos levar a concluir que, embora não reconheça (? do que faço, arrependida) o eu-lírico não deixou de realizar algo.
As marcas de tempo dos verbos são de importância fundamental para a interpretação do texto. Notamos que todos os verbos do poema se apresentam no presente do indicativo.

 Segundo a gramática, podemos citar a de Evanildo Bechara (1999), essa forma verbal refere-se a fatos reais que se passam na ocasião em que falamos. Baseados nisso, podemos dizer que o sujeito revela a sua realidade atual. Weinrich (Apud Koch:1996) acrescenta que esse tempo pertence ao mundo comentado, que se caracteriza por apresentar uma atitude tensa, num discurso dramático, pois os fatos narrados se tratam de acontecimentos que afetam o sujeito diretamente. O teórico prossegue afirmando que “comentar é falar comprometidamente” (Cf. Koch, 1996: 38); ele diz ainda que o presente constitui o tempo zero do mundo comentado, ou seja, sem perspectivas. Portanto, de acordo com as idéias de Weinrich, e está perfeitamente claro na poesia, Canção Excêntrica é mais um canto de lamento de uma realidade que não pode ser modificada; o sujeito apenas constata os fatos, não tendo perspectivas de mudança.
Embora algumas ações do sujeito revelem tentativas de ação otimistas, há elementos indiciais na poesia que conduzem o leitor para um desfecho negativo. O advérbio sempre, que aparece no verso 4: “e perco sempre a medida” se constitui em um índice de que a tarefa do eu-lírico não vai ter o resultado esperado.

 O outro advérbio ? ? que aparece no verso 15: “Já por exausta e descrida” é um índice de que o sujeito, vencido pelas adversidades, deu por finalizada sua busca.


É possível fazer a divisão da poesia em três partes:


• do verso 1 ao verso 4  –    declaração da ação real positiva

• do verso 5 ao verso 10 –   declaração de ação hipotética


• do verso 11 ao verso 18 – declaração da ação real com desfecho negativo 

É oportuno, neste momento, distinguir as relações lógicas presentes no texto, tanto do ponto de vista lingüístico como do ponto de vista discursivo.  Persuadir é convencer o outro, e, na estruturação do discurso usam-se relações lógicas, que podem aparecer de diferentes formas (explícita e implicitamente).


Tomando como ponto de partida o título da poesia, podemos dizer que este texto é eminentemente persuasivo. A autora, através de estratégias próprias do discurso argumentativo-persuasivo, procura justificar o porquê de a poesia intitular-se Canção Excêntrica

A noção de causalidade, que não se limita somente aos instrumentos próprios, está clara no desenvolvimento do texto. 

A conjunção e, mesmo sendo um conector coordenativo, traduz uma noção de causalidade implícita; conotando a idéia de conseqüência: 

“Em números me embaraço / e perco sempre a medida” (v.3-4); “projeto-me num abraço / e gero uma despedida” (v.7-8). 


A conjunção se, que introduz os versos 5 e 9, encerram declarações hipotéticas que confirmam o eterno desencontro do sujeito “se penso encontrar saída/.../projeto-me num abraço e gero uma despedida; se volto sobre meu passo,/´já distância perdida).

 As proposições não são verdadeiras, porém, a idéia conseqüente será verdadeira se a antecedente o for, as ações, se realizadas, certamente resultarão em decepção.


No nível da expressividade, o sujeito mostra sua ex-centricidade através do quiasmo que aparece no fechamento da poesia : “? saudosa do que não faço, / ? do que faço, arrependida.” ( v.17-18).

 Observa-se que os dois versos formam uma antítese que rompe com a lógica discursiva: saudosa? do que não faço; arrependida ? do que faço. 









Ainda no nível da expressividade, vemos que aparecem as rimas em –ida e –aço. É possível estabelecer-se uma oposição entre elas de acordo com o sentido do texto:

IDA
vida
medida
saída
despedida
perdida
descrida
arrependida   
AÇO
embaraço
compasso
abraço
passo
cansaço
espaço
traço


O Dicionário Aurélio (1986), registra como acepção para a palavra ida os termos partida , jornada da ida; para o verbo ir, entre os vários termos, há os sentidos: deslocar-se, andar, percorrer, seguir.


 O vocábulo aço, dentre outras acepções é definido como: aquilo que é duro, resistente, rígido. Associando esses sentidos ao texto estudado, poderíamos abstrair que o sujeito se empenha em uma ida para o desenho da vida, porém suas tentativas são frágeis diante da dureza, da rigidez dos obstáculos, tornando duro, resistente ao sentimento seu próprio coração:


 “Meu coração, coisa de aço,” (v.11).
A vogal /a/ se associa a algo grande, enquanto que a vogal /i/ está ligada à noção de pequenez, estreitamento (cf. macro x micro).
 A noção de grandeza pode ser associada também ao vocábulo ando que inicia o poema: 

“Ando à procura de espaço”. Deduz-se daí que, inicialmente, o sujeito possuía força e determinação em seus propósitos, entretanto, diante das adversidades, esse estado de espírito apagou-se no coração do eu-lírico, que agora se mostra descrente, exausto e arrependido. 

Inicialmente, o poema produz apenas um interpretante de primeiro nível, ligado ao plano sensorial, no caso de Canção Excêntrica, a sensação visual. A observação de todas as estratégias presentes no texto fará emergir o interpretante final, ou seja, o possível ou possíveis sentidos para o poema.

Obsevação:
Quiasmo

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão no início de uma frase (ou verso) e no fim da seguinte, ao mesmo tempo em que se repete a palavra ou expressão do término de uma frase (ou verso) no começo da seguinte.




Análise  do poema "Canção Excêntrica", de "Cecília Meireles."





Análise  do poema "Canção Excêntrica", de "Cecília Meireles."

Símile ou comparação

Consiste numa comparação explícita, com a presença do elemento comparativo: como, tal qual, igual a, feito, que nem (coloquial), etc., entre duas palavras ou expressões.

      Ela é bela como uma flor.

      Ele é esperto feito uma raposa.

     Ele é magro que nem um caniço.

     O menino manteve-se firme, tal qual uma rocha.

 *

Metáfora

Consiste numa comparação implícita, numa relação de similaridade, entre duas palavras ou expressões.

     Ela é uma flor.

      Ele é uma raposa.

    Somente a Ingratidão — essa pantera —

Foi tua companheira inseparável (Augusto dos Anjos)

 *

Metonímia

Consiste numa comparação parcial implícita, numa relação de contigüidade ou aproximação, entre o significado de uma palavra ou expressão e uma parte do significado, ou um significado associado ao, de outra palavra ou expressão.

Pode compreender relações de parte-todo, características, localização, continente-conteúdo, causa-efeito, etc.

    Beber um Porto.

     Ser vítima do latifúndio.

   Deixar de ser um João.

  Sua beleza é um avião.


 *

Sinédoque

É um tipo de metonímia centrado na idéia de inclusão, normalmente baseado na relação parte-todo.

Exemplos:

   Conseguir um teto e um pouco de pão.

   Lutar pela criança e pelo velho.

   Tomar uma Brahma.

  Comprar uma gilete.



Catacrese

Consiste no emprego de um termo figurado por falta de outro termo mais apropriado. É um tipo de metonímia ou metáfora que, de tão usada, já deixou de ser considerada como tal pelos falantes.

   A perna da mesa

  O dente de alho.

   O pé de feijão.



Perífrase

Consiste na substituição de um termo por uma expressão que o descreva.

   A capital do Brasil.

   A cidade maravilhosa.

  Quando a indesejada das gentes (= morte) vier.
*


Antonomásia

Um tipo especial de perífrase que consiste na substituição de um nome próprio por um nome comum, ou vice-versa, ou ainda pela denominação de alguém por meio de suas características principais ou por fatos marcantes de sua vida.

   O Poeta dos Escravos.

   A Redentora.

  Ele é um D. Juan.


 *

Antítese

Quando uma idéia se opõe a outra, sem impedi-la nem torná-la absurda. As idéias em si podem ser diametralmente opostas e até excludentes.

  Estava mais morto do que vivo.

  De repente, do riso fez-se o pranto.

  Que o casebre onde morava

Era a mansão do patrão

 *

Paradoxo

É a antítese extremada, em que duas idéias que se excluem são apresentadas como ocorrendo ao mesmo tempo e no mesmo contexto, o que gera uma situação impossível, uma idéia absurda.

  Amor é ferida que dói e não se sente.

  É um contentamento descontente.

   Quer abrir a porta

Não existe porta.

 *

Litotes

Consiste na afirmação de alguma coisa pela negação do seu contrário.

   Não é feia a pequerrucha. (= é bonita)

   Ele não era nada bobo. (= era esperto)

   Ela não era nenhuma miss Brasil. (= era feia)

 *

Antífrase

Consiste em se afirmar exatamente o contrário do que se quer dizer; geralmente é um tipo de ironia.

  Chegou cedo, heim! (para alguém atrasado)

   Muito bonito, seu Fulano! (quando alguém acabou de cometer um erro ou disparate)

  Coisinha linda! (para uma pessoa muito feia)


 *

Ironia

Figura de linguagem na qual aquilo que se diz não corresponde exatamente ao que se quer dizer, com intuito jocoso, cômico ou crítico.

  Oba, jiló de novo!

   Como escritor, ele é um ótimo guitarrista!

   — Posso tentar o pneumotórax, doutor?

— Não, só resta cantar um tango argentino!

 *

Sarcasmo

É o nome que se dá à ironia usada com intuito ofensivo, agressivo ou malévolo.

  Tá linda de vermelho, parecendo um caqui.

   Nossa, como ela é inteligente. Sabe até ler!

   Ele tem dentes lindos, todos três!

 *

Alusão ou citação

Quando um autor se vale de trechos, imagens ou personagens de um outro autor para a confecção de sua obra.

  E quando escutar um samba-canção

Assim como Eu preciso aprender a ser só

Reagir e ouvir o coração responder:

Eu preciso aprender a só ser

   Elementar, meu caro aluno!

 *

Clichê ou frase-feita

Consiste no uso de uma expressão popular de uso geral dentro da obra de um autor.

    Quem tudo quer, tudo perde.

   Pouco com Deus é muito.

    Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.


 *

Paródia

Consiste na modificação de trecho ou obra de um outro autor, ou ainda de um clichê, com intuito jocoso, cômico ou crítico.

   Qual a diferença entre o charme e o “funk”?

Um é de analfabeto, outro de ignorante.

   Água mole em pedra dura, tanto bate até que a água desiste.

   Ó pátria amada, em dólares atada,

Salve-se, salve-se.

 *

Ambigüidade

Figura de linguagem em que um determinado trecho pode ser interpretado de duas ou mais maneiras diferentes, por efeito da anfibologia ou do uso de polissemias ou homônimos. A ambigüidade muitas vezes é um vício de linguagem, mas também pode ser um valioso recurso estilístico, na medida em que ela abre o texto para duas ou mais interpretações.

   Márcio foi à casa de Pedro e beijou sua mulher.

   A mãe da aniversariante deu bolo.

   Sou a favor do Vale do Paraíba. Afinal, já temos o vale-transporte, o vale-idoso, por que não favorecer nossos irmãos do Nordeste? (resposta do Vestibular)

   Eu sou, eu fui, eu vou! (Raul Seixas)

 *

Reiteração

Quando se repete uma idéia, quer por meio de um sinônimo ou expressão sinônima, quer por meio de uma palavra cujo significado esteja de alguma forma associado ao significado da primeira palavra ou expressão.

  Era uma mulher fina, uma verdadeira dama.

  Não suba nessa árvore. Você pode cair do galho.

   Era uma vítima do imperialismo. O latifúndio o sugava, roubava-lhe tudo que tinha.

Obs.: não confundir a reiteração, de grande valor estilístico, com a iteração, que é a simples repetição de uma palavra ou sua repetição por meio de um pronome-cópia, geralmente sem qualquer valor estilístico.

 *

Gradação

Muitas vezes, a reiteração se ordena numa escala de grandeza ou de intensidade, constituindo uma gradação, que pode ser ascendente (do menos para o mais) ou descendente (do mais para o menos).

  Estava pobre, quebrado, miserável.

  A mulher, linda na obscuridade, revelou-se bonitinha, apenas simpática na claridade.

  Casa, cidade, nação (Ferreira Gullar)

 *

Pleonasmo

Consiste na repetição desnecessária, por meio de um sinônimo ou expressão sinônima, de uma idéia já expressa de maneira completa.

  Palavras de baixo calão.

   Este filme é baseado em fatos reais.

   Houve divergências de opiniões e controvérsias.



Tautologia

É um tipo de pleonasmo exagerado, extremamente óbvio, que chega a causar espanto em quem escuta. Ao contrário do pleonasmo puro e simples, a tautologia pode ter grande valor estilístico, na medida em que opõe o que é ao que deveria ou poderia ser.

Exemplos:

  Os mortos não estão vivos.

   A Lapa vai voltar a ser a Lapa.

   A conclusão deve concluir.


 *

Prosopopéia

Quando um ser inanimado é representado como um animal ou quando um ser inanimado ou um animal é representado como um ser humano. No primeiro caso, a prosopopéia é chamada de animismo (exemplos 101 e 102) e no segundo caso, de personificação ou antropomorfização exemplos 103 e 104).

   O vento rugia.

   Meu cachorro me sorriu latindo.

 O Lobo Mau e os Três Porquinhos.

 *

Animalização ou zoomorfismo

Quando um ser humano é descrito como se assemelhando a um animal, pelas suas características, funções, aparência física, etc. Muito usado na ficção mais moderna.

  Um homem vai devagar

Um cachorro vai devagar

Um burro vai devagar (Drummond)

   Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. (. . .) via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. (Aluíso Azevedo)



Alegoria

Consiste na representação de um conceito abstrato como um ser concreto e animado, uma imagem de grande valor pictórico, geralmente humana.

  uma caveira com uma foice — alegoria da morte

   uma mulher vendada com uma espada numa mão e uma balança na outra — alegoria da justiça

  Papai Noel — alegoria do Natal


 *

Sinestesia

Consiste na associação de palavras referentes a dois sentidos distintos: audição e visão, visão e tato, tato e paladar, paladar e olfato, etc.

  Sentiu um toque doce.

   Era uma visão amarga.

   Ele tinha uma voz sombria.

 *

Eufemismo

Consiste na substituição de um termo desagradável ou inaceitável por um termo mais agradável ou aceitável.

  Ele não está mais entre nós. (= morreu)

   Já era um senhor. (= velho)

  Era pouco chegado a higiene. (= sujo)

 *

Disfemismo

Ao contrário do eufemismo, consiste na intensificação do caráter desagradável ou pejorativo de um expressão, substituindo-a por outra mais ofensiva ou humilhante.

   rolha-de-poço (= pessoa gorda)

   pintor-de-rodapé (= pessoa baixa)

 *

Hipérbole

Consiste no exagero ao se afirmar alguma coisa, com intuito emocional ou de ênfase.

   Subi mais de mil e oitocentas colinas.

   Chorar um rio de lágrimas.


 *

Hipálage

Recurso sintático-semântico que consiste em atribuir a um ser ou coisa uma ação ou qualidade que pertence a outro ser ou outra coisa presente ou subentendido no texto.

 a buzina impaciente do carro (o motorista é que é impaciente, não o carro ou a buzina)

   as vizinhas das janelas fofoqueiras (são as vizinhas que são fofoqueiras, não as janelas)

  o vôo negro dos urubus (são os urubus que são negros, não seu vôo)

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FIGURAS VARIACIONAIS

Eruditismo

Consiste no uso de palavras eruditas, de conhecimento restrito, para despertar a atenção do autor ou para criar um efeito de intelectualidade, erudição, pedantismo.

   Isto é despiciendo. (= desprezível)

  Entre o Frango e a Fome,

Há o cristal infrangível da Lei (= inquebrável)

  tálamo (= leito nupcial)

   imarcescíveis (= que não murcham)

 *

Neologismo

Consiste no uso de um termo inventado para criar um efeito estilístico (emotivo, satírico, crítico, etc.) ou por não haver ainda uma palavra que represente nossa idéia.

   organizações pilantrópicas (Betinho)

   A constituição é imexível.

   vervudo (que tem verve)

 *

Estrangeirismo

A utilização de um termo estrangeiro tem três funções importantíssimas: em primeiro lugar, ele constitui a maneira mais fácil de despertar a atenção do leitor; em segundo lugar, ele evoca uma série de conceitos associados ao país ou cultura ao qual o termo pertence; em terceiro lugar, ele serve para expressar nuances de significado inexistentes na língua original.

   Mon bien aimé, Raymond. (Aluísio Azevedo)

   Ele tem élan. (= competência associada a elegância, saber fazer bem e com graça)

   É preciso um know-how que nós não temos.

 *

Plebeísmo

Uso de palavras condizentes com as camadas menos cultas da sociedade: gírias, palavras de caráter geral, frases vazias ou de pouco brilho etc.

   “Cada um com seu cada um!”

  “O amor é lindo, o que estraga é a falsidade.”

      Vou “dar no pé”, senão “sobra” para mim.

 *

Vulgarismo

Abrangeria apenas os palavrões e as palavras decididamente ofensivas e grosseiras. Pode ser usado estilisticamente, para evidenciar o tipo de relações numa determinada comunidade.

     Maria Carne-Mole (Aluísio Azevedo)

Vá te catar!

 *

Arcaísmo

Uso de palavras desusadas para criar um clima passadista, histórico num determinado texto. Atualmente, a maioria dos teóricos da literatura considera-o um vício.

boticário (= farmacêutico)

Vosmicê (= você)


 *

Regionalismo

Uso de palavras dialetais para dar uma cor local, um ambiente regional ao texto.

A usina está de fogo-morto. (= parada)

Vadinho, este é um cara porreta. (= bacana)

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Figuras de linguagem morfossintáticas

Anominação

Consiste em empregar ou criar várias palavras com um mesmo radical.

)chuva, chuvosa, chuventa, chuvadeira, pluvimedonha.

E canários cantando e beija-flores beijando flores e camarões camaronando e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde pequeninando e não mordendo. (Monteiro Lobato)

 *

Elipse

Consiste na supressão de parte da frase; usada por bons autores, intensifica e valoriza a porção restante do discurso.

 Ontem você estava tão linda

Que o meu corpo chegou

 Um galo sozinho não tece uma manhã:

Ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que ele

E o lance a outro; de um outro galo

Que apanhe o grito que um galo antes

 *

Zeugma

Consiste na supressão do verbo; é uma característica compartilhada pela estilística literária e pela estilística da fala, onde ocorre freqüentemente.

 Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo; Bernardes para a cela, para si, para o seu coração.




Anáfora

Consiste na repetição de palavra no início de frases (ou versos) seguidas ou muito próximas.

 Você – manhã, um sonho meu

Você – que cedo entardeceu

Você – de quem a vida eu sou

 Pensem nas crianças mudas telepáticas

Pensem nas meninas cegas inexatas

Pensem nas mulheres rotas alteradas

 *

Epístrofe

Consiste na repetição de palavra no fim de frases (ou versos) seguidas ou muito próximas.

 Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia /

– Assim! de um sol assim!"

 *

Epanadiplose ou anadiplose

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão no fim de uma frase (ou verso) e no começo de outra.

 Só não roeu o imortal soluço que rebentava,

Que rebentava daquelas páginas

Tu choraste em presença da morte

Em presença da morte choraste

 *

Quiasmo

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão no início de uma frase (ou verso) e no fim da seguinte, ao mesmo tempo em que se repete a palavra ou expressão do término de uma frase (ou verso) no começo da seguinte.

 No meio do caminho havia uma pedra

Havia uma pedra no meio do caminho


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FIGURAS DE LINGUAGEM FÔNICAS

Rima e Homeoteleuto

Consistem na identidade de som na terminação de duas ou mais palavras; chama-se rima quando ocorre na poesia e homeoteleuto quando ocorre na prosa. O homeoteleuto é muito comum nos ditados populares.

 Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte,

A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte...

      Mais vale uem Deus ajuda, do que quem cedo madruga



Aliteração

Consiste na repetição de sons consonantais.

 Vozes veladas, veludosas vozes

Volúpia de violões, vozes veladas

 *

Assonância

Consiste na repetição de vogais.

 São prantos negros de fumas

Caladas, mudas, soturnas.

      Tíbios flautins finíssimos gritavam.

 *

Homônimos e Expressões Homófonas

Consiste no uso de palavras ou expressões que soam de maneira idêntica, mas têm significados distintos.

     Sei o que dou e o que tomo,

Sei o que como, e como.

     O rio é o mesmo rio, mas não é o mesmo rio.


*
Parônimos

Consiste no uso de palavras que soam de maneira semelhante.

      O poema é dúbia forma de enlace,

substitui o pênis pelo lápis

— e é lapso.

      Me dê paciência para que eu não caia

Para que eu não pare nesta existência

Tão mal cumprida tão mais comprida

 *

Onomatopéia

Consiste na imitação dos sons da natureza.

     Cocoró-corococó, cocoró-corococó,

O galo tem saudade da galinha carijó

    A menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas...Escolhia as mais bonitas, punhas entre os dentes e tloque. E depois do tloque, uma engolidinha do caldo e plufe! caroço fora. E tloque, tloque, plufe, tloque, plufe, lá passava o dia inteiro na árvore. (Monteiro Lobato)

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FIGURAS DE LINGUAGEM E ENSINO

Durante muito tempo,  centraram-se nos estudos de sintaxe, morfologia, fonética e variação lingüística e praticamente ignoraram a semântica e a estilística, com terríveis efeitos.

As regras gramaticais, bem como as quebras dessas regras e suas variações, estão sempre atreladas ao sentido do que se quer dizer e à impressão ou emoção que queremos exprimir ou provocar. Ignorar essa premissa no estudo da sintaxe, morfologia, fonética ou variação lingüística, é como edificar um monumento ignorando suas fundações e terreno.

Além disso, o estudo da linguagem desvinculado de seus aspectos semânticos e estilísticos torna-se, para usarmos uma figura de linguagem, um paradoxo, visto que estuda-se algo concreto (a língua) em termos puramente abstratos, sem considerar sua realidade objetiva (o texto).

Ressente-se desta postura tão equivocada quanto monótona desenvolvendo um desinteresse, quiçá uma aversão ao estudo, emprego e fruição da língua portuguesa, limitando-se ao nível mais primário e imediato da linguagem, e perdendo toda sua riqueza expressiva, semântica e estilística.

Por que não dar aos nossos estudantes o mesmo enlevo, a mesma profundidade, o mesmo arrebatamento, que nos envolve ao ler e entender José de Alencar, Aluísio Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes, e tantos outros, mostrando-lhes a tessitura e o esplendor de suas metáforas, antíteses e prosopopéias, de suas aliterações e assonâncias, de suas anáforas e quiasmos? 
Nossos estudantes  deleitar-se-ão,   com a leitura e sozinhos, independentes e confiantes eles lograrão alcançar o domínio e perícia que tanto lhes falta no manejo da  língua portuguesa.

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